quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Devendra Banhart


Depois de ter perdido o show do Foster the People por não ter conseguido comprar o ingresso on-line não podia dar bobeira com o Devendra. Fui até uma loja linda na cidade, vários discos e CDs com capas que dão muita curiosidade de conhecer as bandas. Comprei meu ingresso, AU$ 66, show sexta feira dia 29/07/2011, 20h30.

Dia 29 cheguei em casa depois da aula, fiz a janta, comi e fui, por volta de umas 19h50 (sempre atrasada). Peguei o trem pra cidade e depois um tram pra St. Kilda, meio preocupada em não chegar na hora, as portas estarem fechadas, perder o show ou qualquer coisa.

Cheguei na hora, 20h30 mais ou menos, e a casa nem estava aberta. Fui pra fila que até a hora que as pessoas começaram entrar já tinha duplicado.

Fui logo pra frente do palco como de costume, meio impaciente com o show que não começava logo. Depois de um tempo começam entrar uns caras no palco e eu pensando quem eram... era outra banda, Husky. Uma boa banda, tecladista muito bom e charmoso. Estava contando as músicas no set list pra ver quanto mais ia demorar pra acabar e começar Devendra.

O público é bem diferente do Brasil, meio que só assistem o show sem muita empolgação, sem cantar, pular, dançar, só assistindo e depois aplaudindo.

Hodies franceses muito ágeis, arrumaram o palco rapidamente. Em não muito tempo depois começa entrar Devendra Banhart. O Devendra parece meio tímido, mas com um sorriso no rosto e dando oi e joinha em quanto se direciona ao seu lugar.


O show foi muito bom, valeu totalmente a pena ter ido. A voz dele é muito boa, meio que igual gravada. Ele é simpático e do nada falou sobre um comercial que eu não conhecia, mas aparentemente algumas pessoas lá conheciam, algo sobre “one bite in every nipple...every nipple”, não lembro bem, mas foi engraçado.

Eles tocaram uma ótima seleção de músicas, só faltou Rats, uma das minhas preferidas. No meio do show a banda se retirou e o Devendra tocou três músicas sozinho no palco. Também tocaram um cover de um japonês que ele disse o nome e falou que a letra era bem legal.

Depois do show eu peguei o papel do set list com o hodie que foi dar pro pessoal. Estava meio sem saber o que fazer, pensando se ia pegar meu tram logo ou o que. Dei uma volta e estava pensando o quanto queria conhecer o Devendra e pensando também nas minhas amigas super fãs dele, a Karen que me apresentou.

Tinha meio que uma fila pra sair da casa, fui pra frente do palco de novo. O baterista, Greg, apareceu lá pra desmontar a bateria. Eu chamei ele e ele veio pra frente e começamos conversar, ele é super legal e bonzinho e bonito, tem o cabelo cinza. Eu perguntei se ele não podia deixar eu ir pro backstage que eu queria falar com o Devendra, mas ele disse que não, que se não ia vir mais gente e tal, mas que logo menos eles estavam indo embora e aí dava pra eu ir falar com eles depois que eles saíssem de lá. Eu disse que está bem então, que ia esperar, e fui sentar na ponta do canto do palco, logo várias pessoas apareceram pra conversar com o Greg.

Eu estava pensando...”ah ele provavelmente vai esquecer que eu estou aqui..”. Vi meu caminho livre, o segurança que estava lá não estava mais, os hodies ocupados e distraídos, Greg idem. Empurrei um pouco o negócio que bloqueava a escada pra subir no palco, passei minhas pernas e subi rapidinho.

Vi que o hodie olhou pra mim e por alguns milésimos fiquei paralisada pensando se continuava ou não. É claro que fui em frente, passei pela porta, virei a direita, e lá estava... o backstage. A banda estava em pé conversando no fundo, e o Devendra sentado logo perto da porta desenhando nuns posters. Vem uma mão no meu braço..”você não pode ficar aqui, vem” já me escoltando pra fora e eu.. “êrh...Devendra!”. Ele olha pra mim e diz que tudo bem.

Ele levanta a gente se da um abraço e eu super feliz abraço mais e dou um beijo no rosto dele que foi retribuído e mais abraços também, bem carinhoso e apertado do jeito de que gosto. Ele pergunta da onde eu sou, a gente começa a conversar, ele fala algumas palavras em português bem bonitinho, eu falo..”ah, você aprendeu com o Amarante né” (do Los Hermanos, eles são amigos) algo do tipo.. enfim.. Ele disse que logo vai fazer uns shows no Brasil, que está planejando.

O cara que ia me levando pra fora fala que eu tenho que ir. Eu fico chateada, estava tão bom ficar lá e falar com ele. Eu peço pra tirar uma foto com ele, ainda pensando na Karen. E mais um ultimo beijo e abraço e eu saio de lá com o coração apertado e leve. Desço por outra escada e noto o pessoal que ainda conversava com o Greg me olhando sair de lá, faço cara de desentendida.

Voltei pra falar com o Greg, digo que já falei com o Devendra, a gente fala mais algumas coisas que nem lembro o que e tiramos uma foto. Ele estava segurando uma baqueta quebrada e ofereceu pra mim, eu aceitei pensando “Pra que que eu vou querer essa baqueta quebrada? Só mais lixo pra guardar. Podia dar uma inteira pelo menos”.

Despedimo-nos, eu entro no bar no andar de baixo, bebo um copo d’água (água nos clubes é de graça porque água da torneira é potável) e vou pro meu tram contente da vida.



terça-feira, 26 de julho de 2011

Lugar novo


Quanto mais distante a memória, mais difícil escrever.

Procurar uma nova casa pra morar não foi nem tão difícil e nem tão fácil como imaginava.

Utilizei dois sites para a busca: o de acomodações da minha faculdade (Swinburne) e o Gumtree.

Anotei alguns contatos dos que poderiam interessar (cabiam no meu orçamento) e fui averiguar alguns deles.

Primeiro: Um quarto em um prédio dentro do campus, sala, quatro quartos, dois banheiros e cozinha, aluguel por semana 221 incluso contas. Quarto ok: cama, mesa e armário. Internet do campus. Cozinha uma bagunça. Só moravam asiáticas e o cheiro da comida não é bom e é forte. X

Próximo: três quartos, um banheiro e cozinha arrumadinhos, 150 por semana sem contas inclusas. Mora um cara de uma ilha que não conheço ou não entendi o nome e uma tailandesa, ambos estudantes. No quarto só tinha uma cama de casal. A casa não era muito aconchegante, mas era ok, perto, e no preço. Eles queriam alguém pra alugar por pelo menos seis meses. X

Próximo: Quarto na casa de uma chinesa, 150 por semana sem contas inclusas. Apartamento térreo apertadinho, tirar os sapatos pra entrar, cozinha não com bagunça de cozinha, mas como um monte de coisa empilhada, banheiro ok, quarto com cama e guarda roupa ok. Não é tão perto e não gostei muito. X

Próximo: Quarto perto da Uni., 155 por semana, não lembro se contas inclusas ou não. Rua escondidinha, escadas apertadas, porta velha. Mora o Will, australiano gay, e mais uma menina que não lembro a nacionalidade. Lugar escuro, mas todos os anteriores também eram, talvez com exceção da acomodação no campus. Corredor, seguindo em frente está a cozinha, minúscula e com o chão grudento, e nela, uma portinha retrátil de plástico que dentro seria o suposto banheiro com uma privada e uma máquina de lavar. O quarto: provavelmente era pra ser uma sala, pois tem uma lareira (bloqueada) nele e um sofá cama horrível. A vista da janela velha do quarto é um muro de tijolos. X

Próximo: Quarto uns 15minutos da Uni., 150 por semana com contas inclusas. Apartamento moderno, branco, claro e bonito, dois quartos, um banheiro, cozinha e sala sem divisória e sacada. O quarto tem uma cama, um guarda-roupa pequeno e um aquecedor. Vista da minha pequena janela: casas, lojas, trilhos do trem, árvores e a Swinburne. Mora um casal de indianos residentes.

Depois de olhar todos esses lugares estava satisfeita com o ultimo. No dia seguinte o Renny, o indiano, me ligou e falou que ok eu mudar. Aqui na Austrália normalmente quando vai alugar algum lugar tem que pagar o bond, isto é tipo um calção caso eu quebre alguma coisa ou algo assim, o valor gira em torno de AU$500.

E aqui estou eu agora, morando perto da Swinburne e cozinhando minha comida que estava sentindo falta. Os pontos negativos são que aqui também não tem internet, mas pelo menos a Uni é perto pra eu ir lá e voltar fácil. Pediram para não fazer barulho depois das 22horas, isso quer dizer não ficar entrando e saindo de casa a hora que quiser e não tomar banho ou cozinhar a hora que quiser.


Lá pra outubro eu vou ter que me mudar novamente. O Renny e a Jane estão esperando um bebê e eu vou perder meu quarto.





terça-feira, 5 de julho de 2011

Um pouco sobre culturas


Quanto mais pessoas eu conheço, mais mundos são descobertos.

Libanesa que não tem contato com família há semanas por estar com problemas no governo do país.

Em uma apresentação em que temos que ensinar algo para a sala, ela fez um prato típico de seu país, o cuscuz. Muito diferente do que eu conheço no Brasil. É um prato com um grão que aqui eles chamam de milho branco (quase lembra um arroz menorzinho), carne, batata, cenoura e um pimentão para dar sabor. É um pouco apimentado, tem chile. Ela disse que tínhamos que comer o prato todo se não isso ia trazer má sorte/pobreza para ela. Ainda bem que estava gostoso, apesar da pimenta.

Minha amiga Manar da Arábia Saudita, 18 anos, casada.

Todos os alunos da Arábia Saudita e em geral oriente médio que conheci estão estudando aqui com bolsa do governo deles.

Meshari, também da Arábia, tem 17 irmãos e 11 irmãs. O pai dele teve cinco esposas, mas no momento só tem duas. Ele disse que só uma esposa está bom e ter só uns quatro ou cinco filhos.

Eu disse que o pai dele precisava ser rico pra ter tantos filhos assim, mas ele disse que não, que se você tem 20 filhos, o mais velho vai ter 20 anos e começa a trabalhar e ajudar a família.

Agora ando mais ou menos numa rotina: acorda, faculdade, biblioteca e casa dormir.

Um dia desses fui num teatro com a Monica, mas era diferente, era tipo uma performance. O lugar era um porão bem grande e escuro de um prédio. Descemos as escadas e fomos direcionadas para a cozinha nos fundos. Lá estavam todas as pessoas que foram pra assistir a peça e estavam servindo vinho quente e um lanchinho doce, eu fiquei só na água mesmo. Quando a peça começou, abriram as portas da cozinha e íamos andando pelo porão, sendo direcionados pelos atores que bloqueavam passagens ou não, e o ato ia se movimentando pelos espaços com diferentes decorações no porão.

Era um musical, cantaram até Portshead. Foi bem interessante, mas como a Monica disse: o importante é que terminou com Spice Girls. Heheh


Eu e a Monica



Uma coisa que eu gosto bastante aqui é que as pessoas começam a conversar, mesmo sem se conhecer, trocam uma ideia e pronto. É bem agradável.

Em quanto estava escrevendo isso, sentada esperando meu trem na estação, falaram comigo. Sobre o próximo trem que estava chegando e da onde eu era que eu tinha um sotaque bonito.

Vira e mexe eu vejo as pessoas começarem a conversar nos trens e trams da vida.

Ontem, sábado 3 de julho, passei a noite fora pela primeira vez.

Saí de casa meio cedo, umas 19h talvez, me encontrei com uma colega que estuda no mesmo lugar que eu. Ela se chama Ezgi, é da Turquia.

Não sabia que turcos eram islâmicos também. Me sinto até meio burra, sem muitos conhecimentos gerais, mas ok, estou aprendendo.

Fomos para o apartamento do amigo dela que era onde ela estava. Tinha bastante gente lá e é muito legal ver como cada pessoa de cada país é e seus assuntos.

Este menino, Faisal, também da Arábia, ótimo dançarino, no estilo próprio de sua cultura.

Americanos e África do Sul, muita gíria e swagger (gingado). Dançam como a gente escuta falar, tipo se encoxando e etc.

Laur, da Estônia, espécime raro como disse quando falou que a população do país dele é 1.3mi., noivo, formado em arquitetura e come bastante, me lembrou meu irmão. Fotografa muito bem, gosta de algumas bandas que eu conheço, tipo Sigur Ros e outros e é ingeligente e fala bastante

Este outro, Hunar, só fiz perguntas difíceis, por exemplo: “de qual país você é” e “qual a população do seu país”. Situação complicada, ainda mais com minha colega turca do lado. Ele é do Curdistão.



Sábado foi bem agitado. Eu fui no zoológico de dia, vi muitos bichos que nunca tinha visto, por exemplo uns felinos que tinha salvado os nomes no celular, mas perdi, e o fofíssimo ornitorrinco.



De noite fui com este pessoal para um clube que tocava hip-hop.

Olha a pronuncia! A Monica sempre me zoa quando eu pronuncio o “i”. É hip-hop, não /hipi-hopi/.

Outra pronuncia que eu também estou tentando prestar mais atenção pra corrigir é no “a”. Past não se fala /pest/, e sim /past/.

O fundo da língua tá sempre no céu da boca.




Depois saí deste clube e fui para um outro, chamado Roxanne se não me engano, me encontrar com os australiano que eu tinha conhecido. Tocava eletrônico com alternativo e rock.

O comportamento dos australianos na balada é bem diferente do Brasil. Por exemplo, pelo fato dos caras não darem em cima das meninas, irem conversar e etc. Ficam só dançando, muito, e cada um com seu grupinho ou de quem estiver acompanhado.

As noites aqui terminam cedo pelo que eu estou acostumada, por volta de três e 5 da manhã, mas para a alegria de toda Melbourne, existe este lugar chamado Revolver que de semana é um restaurante e de fim de semana fica 24h com pessoas indo e vindo, especialmente depois de saírem dos seus respectivos clubes. Lá funciona como uma balada também, mas tem muitos lugares para sentar e ficar de boa.

De noite os taxis imperam nas ruas. Os australianos são meio doidos, eles saem e bebem muito. O único problema de violência aqui é com respeito a bêbados.



Fim de semana passado eu fui pra casa de campo da Monica. Acho engraçado ela chamar casa de campo porque andando cinco minutos você chega à praia, mas acho que ela chama assim por ser distante da cidade, duas horas.

Lá eu vi o céu mais lindo que eu já vi na vida, fiquei até chocada, quase não acreditava. Já ouviram falar em Milky Way? Pois é, estava lá e é mais real do que eu poderia um dia acreditar que veria.

Já estava super feliz onde eu moro aqui pensando “aah finalmente um céu com estrelas mesmo”. Mas o Milky Way...sem palavras. Muuuita estrela.

Essa praia venta bastante, o que é bom pra quem pratica Windsurfe.

A Monica morou por uns três anos nesta casa que foi construída pelos pais dela há 20 anos, mas ela foi embora porque não tinha muito que fazer por lá e nem trabalho.




Eu tenho procurado um lugar pra morar e isso não é lá tarefa muito fácil. Ficar vendo anúncios, achar um preço e um lugar bom, que pareça um lar, numa boa localização e que esteja morando pessoas com as quais você consiga conviver.

A Monica também vai mudar-se em breve provavelmente. A casa que ela mora há seis anos está agora à venda. Ela, como uma australiana tradicional, não tem dinheiro nenhum guardado, isso quer dizer que ela não tem os cerca de 800mil dólares australianos pra comprar a casa que se for pra leilão deve passar de 1mi.. A casa é velha, precisa de bastante reforma, mas é numa ótima localização.

Um problema que eu costumo ouvir é sobre os landlords, os proprietários das casas, que não cuidam devidamente do lugar que está sendo alugado.

Uma coisa que eu acho legal aqui também é o tanto de graffiti que tem. A maioria das paredes perto dos trilhos do trem estão grafitadas.

E também a quantidade de pessoas tatuadas, principalmente homens. E como é inverno e o pessoal está sempre com casacos e etc, vejo as tatuagens nas mãos e pescoço. Muitas mãos tatuadas.

E dificilmente você vê unhas pintadas.

Também Gosto muito do pessoal busking, fazendo alguma coisa na rua por dinheiro.


PS: Acrescentei vídeos nos posts anteriores também.



terça-feira, 14 de junho de 2011

Post 2 - acumulado


Dia 01/06/11
A Megan me ensinou uma palavra nova. Nufty ( se fala naft), que é um xingamento, quer dizer algo como retardado hahaha.
Depois ela me deu um chip de celular que ela tinha da Virgin mobile, configurou pra mim no site, e parece que vem já com AU$29!Mais tarde eu fiquei sentada nas cadeiras na frente da casa tomando um sol pra me esquentar e usando o notebook. O Dia estava bem bonito.


Depois fui até o shopping mais perto daqui, que parece um mercado. No andar de baixo ele tem um mercado normal, tipo Pão de Açúcar, e no andar de cima ele tem uma loja bem grande com várias coisas para esporte e uma outra loja que vende artigos como coisas para artesanato, tecidos, manequins, máquinas de costura, lençóis e edredons e artigos de cozinha. No andar acima tem uma academia.
No caminho para lá vi vários estudantes super bonitinhos com aqueles uniformes arrumadinhos. Mesmo com o frio, os meninos usando bermudinha e as meninas sainha, e blazer também. Bem legal. E alguns andavam de patinete.
Dei uma olhada das lojas de lá, mas acabei não comprando nada.
Neste dia a Megan já estava de mudança. Mais tarde descobri que ela é sobrinha da Monica, quando a Monica estava reclamando que ela não escuta o que falam.


Dia 2, dia da primeira aula. Na verdade não foi a aula já, esta começa na segunda feira, foi uma apresentação.
Eu acordei bem cedo, tomei banho, fiz meu café (tenho comido o tal pão com ovo e molho barbecue todo dia), a Monica me explicou o caminho, pois não ia dar para me acompanhar se não se atrasaria para o trabalho (apesar que era função dela me acompanhar, eu não me importei).
Saí um pouco atrasada, mas ainda em tempo pelo que a Monica disse que demorava. Segui até o final da rua, fiquei meio perdida, pedi informação, e lá estava a estação de trem Darling. Comprei um ticket de ida que é válido por duas horas, AU$3,80 (e pensar que eu reclamava do preço do transporte público em São Paulo). Pedi informação sobre qual trem pegar para ir para a estação Kooyong, recebi a informação e conversei um pouquinho com o moço que estava lá na cabine vendendo as passagens, ele parecia indiano ou algo assim.
Detalhe que não existem catracas. Dá pra você passar sem pagar tranquilamente, mas tem um aviso falando que uma penalidade será aplicada se fizer (se for pego fazendo) isso.
As moedas aqui são todas com a cabeça da Rainha Elizabeth e o outro lado varia com outras imagens como cangurus, ornitorrinco, homenagem a alguma coisa e tem até mesmo uma com a Catherine Middleton e o príncipe William.
Esperei meu trem chegar e fui. O trem parece um pouco com os novos metrôs de São Paulo, mas este primeiro que peguei não tinha avisos indicando as estações que passava.

Desci na Kooyong, saí, andei um pouco, olhei para os lados para ver onde estava o tram que eu deveria pegar, achando que isto seria um metrô, não vi nada e pedi informação novamente. Uma moça me mostrou onde eu deveria ir, tipo um ponto de ônibus. Passei por ele ainda esperando encontrar a entrada do “metrô”, pedi mais informação, mas era lá mesmo.
Tinha mais dois meninos no ponto, pedi informação a eles de como chegar na estação que queria, eles disseram que era só pegar o tram.

No final das contas, este tram era um bondinho que tem seus trilhos nas ruas. Os meninos também subiram. Perguntei como eu saberia qual era meu ponto e como pagar o bondinho, eles disseram que já estava perto e que estava tarde pra pagar, para eu não me preocupar com isto. Os meninos desceram comigo e me levaram até a entrada para o meu prédio no campus da universidade. Conversamos um pouquinho, eles já haviam estudado lá.
Todo mundo por aqui é sempre muito educado e parece que ficam felizes em ajudar.
Entrei no prédio, a moça falou que eu estava atrasada e que sabia que era complicado achar o caminho, escrevi meu nome num papel e uma brasileira que trabalha lá foi me receber. Ela logo falou “isso aqui não é o Brasil não, você não pode se atrasar” num tom de brincadeira. Era a primeira vez que ouvia português sem ser pelo computador durante dias. Ela me levou para uma sala a qual os alunos estavam se preparando para fazer o teste de inglês para saber seus respectivos níveis.
Eu cheguei lá e logo fui começar o teste. Pulei a primeira pergunta sem querer e não havia como voltar atrás, mas sem problemas. Primeira parte era ouvir e clicar em uma figura, as outras eram completar lacunas com as opções e a ultima era escrever um texto.
Depois disso teve um chá no longe e em seguida um tour pelo campus. O lugar é do tamanho perfeito, grande, mas dá para andar por tudo sem ficar cansado. A biblioteca é enorme, com vários andares, e tem muitos computadores para os alunos. Um prédio com a ala hospitalar, lugares para comer e outras coisas.
Depois tivemos uma sessão de informações, nos apresentaram duas associações estudantis de lá, sendo que uma que é comandada somente pelos alunos tem que ser paga para participar.
Depois serviram o almoço. Fomos para o longe e tinha umas 15 caixas de Pizza Hut. Eu comi 3 pedaços de calabresa mesmo.

Lá tem pessoas de todas nacionalidades. Indonésia, Masália, Iraque, África, China, Turquia, Espanha, Colombia. E a escola e a cidade são bem receptivas.
No grupo de alunos internacionais para o curso de inglês, 95% tem olho puxado.
Depois do almoço eu fui pra casa. No caminho para a estação uma mulher parou para falar comigo sobre uma igreja. Ela me deu um folheto e ficou conversando comigo por um tempo. Falou coisas que a bíblia é o único caminho que devemos seguir e que antes ela tinha rancor no coração, mas depois de ir nesta igreja ela tinha aceitado Jesus. No folheto tem escrito coisas como “Onde você vai passar o resto da eternidade? Tem um céu, tem um inferno, você escolhe.”. A moça falou que quem sabe até tenha filial no Brasil desta The Potter’s House Christian Fellowship Church. Ela era simpática até, era da Tasmania, estava em Melbourne há nove meses.

Segui meu caminho e pedi informação novamente na estação e peguei o trem. Na volta descobri que não preciso pegar o tram, posso ir só de trem e trocar de plataformas em certo ponto. O caminho para casa estava lindo e ensolarado. O trem passa por um rio por aqui, super bonito.
Chegando em casa fui arrumar meu quarto e coloquei minha roupa na máquina de lavar roupa também.
Tinha um jardineiro aqui. Eu pensei que ele fosse cuidar do jardim, mas só aparou a grama. Ele tinha um cachorro fofinho com heterocromia.
Mais tarde a Monica chegou e fez um risoto de micro-ondas para nós. Ela ia ter um encontro, mas o cara cancelou pela terceira vez.
Um pouco depois ela me ensinou uma tradição australiana: como comer TimTam.
TimTam é um biscoito com chocolate no meio e coberto por chocolate. Ela fez um leite quente com tody e me mostrou. Você morde as duas pontas opostas do biscoito e mergulha ele no leite como um canudo e suga. O leite vai passar pelo biscoito e deixar ele macio e derrentendo. Você tem que comer rápido se não ele quebra e cai dentro do leite. É muito gostoso e legal comer isto.
Já preciso fazer uma lista de coisas pra levar pro Brasil. TimTam e molho barbecue por enquanto.
E eu fui para cama cedo, sem internet. Estou com um grande problema de internet aqui, pois a que eu comprei tem um limite de dados, e acho que quando eu uso a câmera, usa muitos dados. Acontece que eu gastei toda minha internet em poucos dias e estou sem comunicação agora. E só posso usar os computadores na faculdade quando tiver uma carteirinha que deve sair semana que vem.

Não vou comprar outra recarga de internet agora, pois é cara e quero já arrumar de uma vez isto e pegar uma internet ilimitada já que uso tanto.



Dia 3 (sexta-feira) já haviamos recebido o cronograma para o dia. Acordei na mesma hora que o dia anterior, desta vez peguei o trem direto e consegui chegar exatamente na hora na faculdade. Demorei uns 50minutos. Perdi dois trens, um porque precisava comprar a passagem e outro porque não sabia qual plataforma era.
Desta vez comprei um ticket que é ida e volta, paguei AU$7.
Chegando na Swinburne teve uma palestra com algumas pessoas para nos explicar mais sobre a instituição, os serviços e mostrar todas pessoas que podemos falar caso precisemos de ajuda.
Deram mil coisas pra ler, com vários sites pra acessar e tudo mais. Eles cercam bem de todos os lados para nos sentirmos bem amparados. Tem até psicólogo de graça se quiser.
Depois ficamos no refeitório dos estudantes aguardado a lista das salas e o horário da excursão do dia.
Minha sala de escrita, que é a matéria principal, tem 3 pessoas. Eu, a indonesiana (não sei se é assim que se diz) Anita Natalia e mais uma pessoa que não sabemos quem é.
Ficamos esperando pela excursão um tempão e nada. Fomos perguntar na recepção e descobrimos que parte do grupo já havia saído deixando nós para trás.
E os oito alunos com seu inglês precário partiram ao encontro do resto do grupo no centro de Melbourne. Pegamos o trem e conseguimos encontrar com eles no Skydeck.
Skydeck é um prédio de 88 andares todo de vidro no centro de Melbourne. Leva 35 segundo para subir e dá uma tonturinha e não consegui engolir saliva por uns segundos.
Lá de cima dá pra ver a cidade toda.
Tinha uma de vidro para tirar foto do lado de fora do prédio, mas eu não quis. Era AU$12.
Na saída do prédio eu não resisti e comprei um canguru boxeador de pelúcia.
Depois seguimos para a NGV (National Gallery). Amei lá, estava tendo uma exposição chamada ManStyle. Poderia ser mais perfeito?
A Monica já havia comentado comigo sobre esta exposição. Que a NGV e o Skydeck eram os lugares preferidos dela e ela ia me levar lá.
Gostei tanto da exposição que nem tive tempo de ver o resto do museu. Tinha looks Walter Van Beirendonck, Bernhard Willhelm, Jean Paul Gaultier, Vivienne Westwood, Leigh BOWERY, Seditionaries (marca da Vivienne Westwood e do Malcolm McLaren de 1976-79) e outras marcas australianas.


Certamente vou voltar muito na NGV. Dia 18 começa uma exposição com artistas de Viena que eu adoro, como Gustav Klimt e Egon Schiele.



Depois que saímos do museu tiramos uma foto do grupo (faltou algumas pessoas apressadas) e fomos para a estação de trem. Eu peguei um jornal que estavam dando. Bem legal o jornal. Não que eu costumasse ver os jornais no Brasil, mas duvido muito que na sessão de moda teria os desfiles do Royal College of Art como aqui. Achei engraçado também que a Blue Man que desfilou no Fashion Rio esses dias saiu na capa da sessão com a Lea T na foto. Essa Lea T é só pra dar o que falar mesmo, ô modelo feio/feia (pra quem não sabe, ela é uma modelo transgenera).
Ah, por falar em moda, as pessoas aqui se vestem muito bem em geral! Vi muitos australianos calçando Vans e Havaianas, e eles também usam calças ajustadas.
O trem que eu peguei estava pulando a minha estação. Desci em uma e pedi informação para um cara, ele era bem simpático também como todo mundo aqui e me levou até minha plataforma.
Cheguei em casa, tomei um banho quente e fiz minha janta, um macarrão com almondegas de micro-ondas. Hoje a Monica passaria a noite fora trabalhando cuidando de velhinhos. Ela disse que ela é paga para dormir, que este é o tipo de trabalho que ela gosta hahaha.
Estou pensando seriamente em comprar umas roupas de frio, porque as minhas não parecem o bastante. Vi uma camiseta na loja de esportes que é especial para aquecer, acho que vou comprar ela. A Monica falou também que eu vou precisar de botas.


Sábado, dia 4, fui no mercado comprar presunto e as roupas quentes. A loja de esportes chama-se Anaconda e estava com 30%off para clientes cadastrados. Cadastrei-me e comprei duas camisetas de manga comprida e uma calça, todos tal thermal wear de tecido 100%polypropylene, o tecido mais leve dentre todas as fibras têxteis, 40% mais leve que o algodão, que parece incrível pela descrição na embalagem. Gastei nas três peças e mais uma touca AU$66
Em casa fiz algo para comer e me ajeitei no sofá da sala. A primeira vez que sentava na sala para assistir tv, com um edredom e toda confortável. Bem quando a Monica chega e fala que vai receber um amigo em casa e pergunta se eu não gostaria de sair um pouco. Eu falei que tudo bem, apesar de não estava nada a fim de sair de casa.

Quatro da tarde, me arrumei, ela me mostrou no mapa aonde ir e saí de casa um pouco brava. Peguei o tram em direção ao centro de Melbourne. Chegando lá, andei por uma rua bem agitada, até me lembrou um pouco Mannhatan. Tirei uma foto de uma Igreja bonita, andei por alguns lugares legais, comprei um globo de neve numa loja de suvenires.

Fiquei com vontade de comprar uns bumerangues também, mas eram um pouco caros pra quem tem o dinheiro convertido de reais ainda, eram por volta de AU$40, dependia do tamanho.
Tinha passado por um grupo que estava dançando break na rua e quando já não sabia mais por onde andar e aonde ir voltei para perto deste grupo e sentei por lá.

Grande parte das pessoas aqui são asiáticas. Diria que 50% tem cara de australianos, 45% asiáticos e 5%do oriente médio.
Onde estava sentada vendo o grupo de break, a maioria era asiático. Puxaram assunto comigo. Nada como estar calçando um bom par de tênis. Devia ser por volta de 8 da noite. Fiquei conversando com o pessoal lá, eles tinham uma faixa etária de 17 a 24 anos, tinha um de Bali, dois japoneses, uma das meninas acho que também era japonesa, pois ela disse que dá aula de japonês para o colegial, um italiano, um australiano de pais chineses e o resto eu não sei.
Depois fomos todos jantar num restaurante de comida japonesa. Eu pedi uma Coca-Cola e um prato que era arroz e uma carne com macarrão acho. Não gostei muito, mas ok. O jantar foi uns AU$15.
Esse grupo está todo sábado no mesmo lugar dançando. Depois apareceu outro italiano que eu não fui muito com a cara dele. Ele parece meio folgado, nem conversei.
O chinês/australiano era o mais bem vestido e um dos que dançava melhor. Ele estava com um tênis Puma comum, uma calça que quase parece drapeada na parte da canela por ser um pouco larga ou comprida, mas não parece muito larga; uma camiseta com uma estampa legal, parecia Nike, mas acho que não era; e uma vasity jacket customizada bem bonita.
Uns deles fumam e, como acho que porque o cigarro aqui é muito caro, uns AU$14 o maço, eles compram o tabaco, o filtro e o papel e montam o próprio cigarro.
Terminamos o jantar umas onze da noite e alguns queriam tomar uma cerveja. Fomos até uma loja de bebidas. Fiquei com meu reconhecível suco de uvas verde japonês, uns compraram suco, outros cerveja. Apresentaram-me uma bebida que parece um pouco com refrigerante de alguma fruta vermelha, mas é alcoólico. Bebida alcoólica na rua é proibido aqui.

Outra coisa que achei engraçado era como as meninas estavam vestidas nesta rua agitada lotada de gente. É uma rua que tem alguns clubes, e elas estavam todas com vestidos super curtos de alça sendo que aqui está o maior frio.
Depois fui com os italianos pegar o tram, que iríamos à mesma direção. Felizmente o italiano que eu não fui com a cara desceu antes. O italiano legal me mostrou algumas músicas brasileiras que ele dança break, ele também sabe tocar berimbau, desceu em algum lugar da linha para pegar outro tram. O meu ponto é o fim da linha. É lindo poder andar da rua de noite e se sentir seguro.

Domingo, dia 5, passei o dia com a Monica em casa. Comemos bastante, ela mais ainda, fazia chá toda hora, adora chocolate, comeu salgadinho também. Eu preparei um croatsam com queijo, presunto e tomate no café, e pouco tempo depois ela fez um macarrão para o almoço.
Mostrei minha monografia e meus trabalho no meu site quebra-galho pra ela. Ela disse que acha que eu tenho talento para fotografia e vídeo, que eu deveria investir nisso, voltado para moda. Ela é formada em artes, me mostrou uns livros que ainda não tive tempo de ver com calma.

Assistimos dois filmes que ela alugou e depois ficamos vendo o Dancing with Stars australiano.

A programação da tv daqui é muito boa. Passa muita coisa de arte. Outro dia estava passando um documentário sobre Jean-Michel Basquiat e hoje assisti a um programa divertido contando a história da arte nas galerias australianas. Depois passou outro programa também focado em galerias, mostrou um cara que doou sua coleção de milhões e milhões, ele tinha bastante obras do Sol Lewit que eu adoro. Acho que esta galeria não fica em Melbourne, mas vou pesquisar depois pra ter certeza.


Segunda feira, dia 6. Pela primeira vez senti minhas mãos congelando ao sair de casa, preciso comprar um par de luvas em breve. A Monica fez meu lanche(almoço) para o primeiro dia de aula.

Bem quando pensava que seria uma aula meio exclusiva, com somente três alunos, descubro que na sala terão dezesseis alunos. A primeira aula é com uma professora australiana bem simpática. Na sala tem um turco tagarela, um brasileiro de Belo Horizonte, um tailandês com um tênis Adidas bem bonito, minha colega Anita Natalia e outras pessoas mais.
A aula foi meio chata e eu não consigo prestar atenção por muito tempo quando ficam falando sem pausas em outra língua. Às vezes parece só barulho, mas o inglês tem ficado cada vez mais comum em meus pensamentos. De vez em quando me vejo andando na rua ensaiando a pronuncia de frases.
Depois da aula eu fui ao NGV (Galeria Nacional de Victoria) novamente. Enquanto esperava Ser Jo, o italiano, chegar, fui até a Igreja que fica perto da Federation Square. É bem bonita, tirei algumas fotos.
O Ser Jo chegou e fomos para o NGV. Vou precisar voltar lá mais umas cinco vezes pelo menos, pois de novo não tive tempo o suficiente de ver tudo, só conheci mais algumas alas, o lugar é enorme.

Depois fomos andando para outros lugares, ele me mostrou duas bibliotecas, uma delas é enorme e super legal e bonita. Ele queria ter me mostrado mais lugares, mas não conseguia lembrar. Passamos pela Chinatown, pelo shopping, etc.


Tem tantos lugares ótimos aqui em Melbourne que mal estou aqui e já sinto que não tenho tempo de ver tudo e ficar em todos lugares como eu gostaria, como esta biblioteca.

Umas 7h eu estava já a caminho de casa. De tram, da cidade até minha casa leva uns 45minutos. Chegando lá a Monica tinha recebido uma amiga, uma antiga hospede da casa, chilena.
Deixei minha mochila no quarto, lavei as mãos e fui pra sala quentinha com o aquecedor ligado onde estavam sentadas conversando, vendo tv e tomando um vinho em quanto a comida ficava pronta.
A Monica serviu a comida na sala. Um prato com batatas de forno, couve e couve flor num molho e a carne num molho.
Estava tudo muito bom e a Soraia é bem legal. Ela ganhou uma bolsa do governo dela para estudar aqui e está morando com o marido em algum quarto alugado. Mudou-se da casa da Monica por cauda do transporte.



Terça-feira, 7 de junho. Os dias estão ficando cada vez mais frios. As roupas termais que comprei são muito boas, acho que devo comprar mais peças pois o inverno está só começando.


Acordei muito cedo, antes das seis da manhã, para me arrumar para ir para a universidade, foi difícil sair da cama quentinha hoje. A escola parece ser uma das melhores, o ensino de inglês na Swinburne é realmente muito bom, mas a aula novamente foi meio chata. A professora é asiática, de algum país que a língua principal era o inglês, acho que Malásia.

Essas aulas, mesmo que mal começaram, estão me lembrando muito do tempo de colégio que eu não era nada fã. Já estão dando muita lição de casa como redações e textos para ler por enquanto, isto porque só tive duas matérias até agora.
A aula seguinte, com a mesma professora asiática foi melhor, um pouco mais dinâmica.
A caminho de casa estava meio distraída e acabei pegando o trem errado, depois peguei o certo e passei do meu ponto. Já aconteceu isso algumas vezes em São Paulo também.
Hoje acho que foi um dos dias mais frios até agora, uns 8ºC, até teve um pouco de chuva. Cheguei em casa só pensando num banho e em uma xicara de chá quente. Mais tarde o Ser Jo perguntou se eu queria comer pizza, que eles estavam fazendo, então fui até a casa dele. Muito boa a pizza, ele tentou me ensinar a fazer também, mas não deu muito certo.
Ele reclama bastante das coisas australianas, principalmente da comida. A comida aqui de fato é meio artificial, parece que tudo meio de fábrica. Não sei bem, preciso comer em mais lugares por aqui, só sei que ainda não comi nada parecido com uma refeição brasileira.
Depois fui pra casa, me perdi um pouquinho nos trams, mas foi tudo ok.



Dia 8, quarta
As aulas estão ficando melhores. Tem essa menina na minha sala que é bem legal e engraçada, ela é da Arábia Saudita, tem dezoito anos e mora com o marido aqui agora que está estudando. As pessoas do oriente médio que eu conheci estão estudando aqui por bolsa do governo deles.
O Ser Jo foi na minha homestay pra conhecer, pois ele está procurando outro lugar para morar e a Monica está com dois quartos vazios para alugar agora. Era já hora de jantar, lá por umas seis da tarde e eu estava com fome, então o Ser Jo, todo italiano, fez uma macarronada para nós três.

Acho que ele gostou bastante do lugar, porque parece mesmo um lar, diferente de onde ele está morando agora que é tudo meio jogado, mas a Monica e eu preferimos alugar os quartos para alguma menina, ou talvez nem alugar.


Dia 9, quinta
Ouvi que o tempo não vai ficar mais frio do que está.
Depois da aula fui ao cinema assistir Hungover2 com a Olga, uma colombiana da minha sala. O filme é muito divertido.
(teto do shopping)


Saí do shopping e fui pra biblioteca que fica em frente, a grande e bonita. Lá pude entrar na internet e falar com minha família.

Cheguei já cansada em casa. Precisava lavar a roupa suja que já está acumulando e já já fico sem o que vestir, mas não tive disposição.



Sexta, 10



(estação de trem no centro da cidade)


Cada vez me sinto mais parte da cidade, mais moradora daqui.
Já quase não preciso pedir informação sobre ruas, trens e trams para australianos bonitinhos.
As aulas também estão boas, já estou me acostumando a esse intensivo de inglês.

Meu cartão da universidade fica pronto na semana que vem somente, pois eles erraram em não pedir para completar um papel para processar os dados. Aí então poderei usar a internet na universidade.

Hoje aconteceu de ter um fiscal numa estação que eu passo para ir para a escola, ele pediu meu bilhete para ver. Fiquei sabendo que se você é pego sem um bilhete, tem que pagar uma multa de 175dólares na hora. Eles vão com você até um caixa eletrônico ou seja como for.



Sábado, 11.


O dia estava bem bonito. Eu e Monica fomos até St. Kilda Beach procurar um lugar para comer.
Acabamos indo num restaurante no “calçadão” por lá. Comi canguru, peixe e fritas.Quando eu disse que tinha dó do animal, o canguru, a Monica disse que tem demais por aqui. Foi o bastante para me convencer a comer. A carne de canguru tem o mesmo sabor que de vaca. Acho que a diferença mesmo é sempre o tempero. Eu não saberia diferenciar carne de canguru ou de vaca.

Fomos a um lugar latino que tocava música brasileira e servia churros para tomar um chocolate quente. Eu tenho que começar me policiar mais com isso de chocolate, pois a Monica é viciada e logo eu vou ficar cheia de espinhas se continuar comendo sempre que ela oferece.

Ela me deixou na cidade para eu me encontrar com o pessoal, os dançarinos de break. A cidade estava bem quieta por causa do feriado de segunda e eles pararam de dançar cedo.
Desta vez tinha um velhinho, Vitor, de uns 70 anos que dançava também.

Fomos até um clube que estava tendo uma festa de um cara que era amigo do Tofu, o australiano chinês.
Entrando no lugar era como um bar. No andar de cima estava tendo uma festa particular a fantasia e no andar de baixo estava tendo esta tal festa a qual fomos. A música era house, mas não o house que eu conheço do Brasil. Era uma batida eletrônica com misturas de jazz, letra, reage e outras coisas.
O pessoal, hora fazia uma roda em que cada vez um ia para o meio e exibia seus passos de dança. Hora faziam um corredor que você ia dançando até a ponta.
O som e a dança eram bem legais, e não difíceis, mas eu não sabia dançar como eles.

Fui embora cedo, a tempo de pegar o tram.

O Tofu me deu um CD que o Dj deu pra ele. Não sei se o som é house.



Domingo, 12. Acordei, café da manhã e em seguida fui encontrar-me com a Monica e uma amiga dela num bairro muito legal. Me lembrou um pouco a vila Madalena. Tem galerias de arte, feirinhas tipo Benedito Calixto e muitas lojas de roupa e brechós.





O engracado era a Monica comprando roupa pelo caminho so' para ir se vestindo por causa do frio.
Mais tarde fomos ao cinema. Assisti Super 8, bem legal.


Segunda-feira, 13.
Aniversário da Rainha, feriado nacional, dia de ir pra St. Kilda Beach com o pessoal da universidade.

Parque de diversões, jogos com ursinhos como prêmios, areia, pinguins escondidos nas pedras, chocolate quente.











A Manar arrumou a echarpe que eu comprei em mim do mesmo jeito que ela usa. Achei bem legal, vou usar assim mais vezes.


Fui pra cidade para usar a biblioteca, mas estava fechada por conta do feriado. Jantei num restaurante de comida chinesa. Sinto falta da comida brasileira.

14, terça-feira


Quanto mais tempo passa e mais eu falo com minha família, mais saudades eu tenho. Saudade é uma coisa difícil mesmo, acho que é o único problema. Tirando isso...

Tem quem fale que eu sou corajosa de viajar para outro país e etc, mas na verdade eu não acho isso grande coisa. Corajosa seria se eu não fosse atrás do que eu quero pra minha vida. Se eu não fizesse nada para mudar algo que eu não gosto, não estou satisfeita.
São Paulo já não estava dando mais para mim, o trânsito e violência excessivos.

Aqui é simplesmente o lugar que eu tinha na minha mente de como eu gostaria de viver.
É calmo, bonito, seguro. Tenho que repetir o bonito, porque aqui é lindo demais mesmo. As pessoas são simpáticas, tem arte e cultura em cada esquina. Acho que é simplesmente o lugar perfeito mesmo.
Tenho receio de quanto tiver que voltar para minha cidade, eu não goste mais de lá. Eu adoro São Paulo, mas não tem como comparar com esta cidade e estilo de vida. SP parece uma GothanCity ao meu ver, e aqui parece o mundo de tinta do filme Amor Além da Vida.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Recapitulando



Pra simplificar a vida e manter todos felizes, despreocupados e informados comecei este blog.

Dia 27/05 vou para o aeroporto de guarulhos por volta das 21:30h. Despedida e depois esperar a hora do vôo por volta da 01:30h.


Noite, dia, noite. A comida no avião não é ruim, consigo dormir por algumas horas duas vezes (aquela almofadinha de pescoço é muito boa), segunda poltrona no meio, muitos filmes e seriados na tv.


Chego em Dubai, Emirados Árabes Unidos dia 28 por volta das 22:50h (horário de lá). Aeroporto de vidro, porém não da pra ver muito da cidade, só luzes comuns.
Tenho dificuldade pra acessar a internet por causa de alguma configuração no meu computador, mas peço ajuda para uma moça no balcão de informações e ela arruma para mim (apesar do notebook estar em português).


Bilhete de embarque, atenta ao horário nos grandes Rolex pelo aeroporto, uma volta, produtos legais, uma loja de jóias com muuito ouro, camelo de pelúcia, troquei uma nota de 50euros por cerca de 68 dólares americanos, de volta ao portão de embarque e pego o próximo avião depois de umas 3h.



Destino Malásia. Desta vez peguei o lugar na janela perto da turbina. Neste vôo já estava meio cansada. A poltrona era diferente, mais espaçosa, mas menos confortável e não ganhei um estojinho com escova de dente e toalhinha que deixei de pegar no primeiro avião porque achei que teria outro neste.
Já estava cansada também da comida. Parecia que eu estava comendo a mesma comida de avião a semana inteira.


Chegando em Kuala Lumpur pude ver bastante vegetação no país. O avião pousa para o abastecimento e neste meio tempo no aeroporto não consigo usar a internet. É dia 29, 14:50h (03:50h no Brasil).
Embarco novamente no mesmo avião com destino final Melbourne, Austrália, logo tomo os comprimidos para dormir e durmo praticamente o vôo inteiro (umas 6-7h).


Finalmente chego em Melbourne no dia 30 por volta das 2am. Pego minhas malas e vou para o ponto de encontro com o motorista que não estava lá na hora. Não faço idéia de que horas eram, quando peço informações vejo que não estava na hora ainda no motorista estar lá, faltavam cerca de 20 minutos.
Já vou tentando abrir o laptop, e ele aparece. Fala pra eu colocar um casaco que está frio do lado de fora e vai me esperar na van.
Eu chego lá, ele diz para sentar no segundo banco, coloca minhas malas pra dentro, olha o mapa, senta do seu lado direito que é onde está o volante e vai. Tenta conversar um pouco, diz que os vôos da Emirates costumam ter 2h de atraso, diz que meu inglês não é ruim, que eu não tem sotaque (na hora penso "e nem quero ter").

Chego na homestay por volta das 3am, bato na porta algumas vezes até a Monica atender. Entro, ela mostra meu quarto, coloco a mala menor, espero o motorista pegar a mala maior (parecia que ele quase não estava aguentando. não entendo como pode parecer tão pesada se tem só 30kg).
A Monica faz um chá, me dá uma barrinha de cereal de tangerina, ficamos na cozinha conversando, ela me mostra onde está tudo pela cozinha, pergunta se eu tenho dinheiro australiano já com uma nota de 20dólares australianos na mão pronta pra me dar, e vai dormir porque tem que acordar cedo para o trabalho.
Ela deixa uma toalha na minha cama, um aquecedor e o abajur ligados e uma bolsa de água quente na cama. Tomo um banho, uso o notebook que dela que me emprestou e deito para dormir.

Meu quarto é o menor da casa, eu posso trocar se quiser quando outro vagar, mas está bom pra mim. Tem muitos armários, estantes e gavetas do jeito que eu gosto, uma cama acho que king de solteiro, uma penteadeira e uma escrivaninha com uma grande janela que já para o hall da porta dos fundos que de um lado fica a cozinha e do outro outro quarto.

Tem mais duas australianas de outros estados hospedadas na casa em quanto estão arrumando seus lugares para morar.

Acordei meio dia, vi uma das meninas, a Rachel, nos demos um "oi", e depois não a vi mais. Fiz meu almoço com algumas coisas que a Monica mostrou. Uma massa e um molho a bolonhesa pronto. Ficou bom. Junto com um suco de maçã que não tem igual no Brasil. O gosto de maçã é bem mais real, e com um pouco de maçã verde.


A casa tem um tamanho bom, nem grande nem pequena, com cômodos bem distribuidos, uma frente larga, terreno grande com um grande quintal mal cuidado nos fundos e uma casinha que é a lavanderia. São 4 quartos, 1 banheiro, sala, hall de entrada, cozinha e um hall da porta dos fundos.
As casas por aqui parecem todas do mesmo tipo, com cercados baixos, bastante verde e garagens abertas. As ruas são lisinhas e largas.


Estava desfazendo as malas e a outra menina da casa, a Megan, uma ariana com o cabelo engraçado de tão bagunçado, acorda. Ela me dá "oi" de novo, depois de eu ter aberto a porta do quarto dela em quando ela dormia para descobrir como era a casa. Ela me mostra mais algumas coisas do lugar, ensina usar a máquina de lavar roupa e outras coisas. Ela fica realmente surpresa pelo fato de eu não costumar lavar roupa.

Ela me chama para ir ao shopping, um dos maiores do sul ou algo assim. É uns 5minutos daqui de carro. O carro dela está completamente amassado por ter passado por uma tempestade.
Ela tem um jeito meio doidinho hiperativo, simpático e espontâneo.
Me ajuda comprar internet pré paga por AU$29 e mais AU$49 do drive. Voltamos para casa pois ela precisa sair para o trabalho que é período da noite.

A Monica chegou por volta das 19h e me levou para comprar o adaptador de tomada, cada um por quase AU$10.
De volta à casa ela serve o janta: duas salsichas de beef, algo de batata e pepino cozido. De sobremesa uma tortinha de berry (frutas vermelhas).
Em seguida fui dormir.

Dia 31, acordo por volta das 10am e fico uma horinha no pc, ouço barulho na cozinha e levanto para tomar o café.
Eu faço um leite com chocolate como de costume e a Megan prepara a comida para nós. É um ovo cozido sem a casca (ela usa um plástico) em cima de um pão com manteiga saído da torradeira, com sal, pimenta e molho barbecue. Bem gostoso.

Em seguida me arrumo para ir ao shopping com ela em uma missão de encontrar lençóis e uma quilt cover (?) para a cama da sua nova casa. Depois de muito procurar, acho que conseguimos um que agradasse e não fosse tão caro. Um jogo de lençóis de flanela (porque a casa dela não tem aquecedor) e uma quilt cover com um lado com textura e o outro liso, ambos pretos para um não soltar pelo de cor contrastante no outro. E mais dois travesseiros baratos decorativos. Tudo deve ter saido por volta de uns AU$150. Roupa de cama é bem caro.



Almoçamos pelo shopping. Ela comeu uma salada e eu comi um lanche do Subway (uns AU$8), depois voltamos para casa.
Mais tarde a Monica chegou e fez o jantar. Um filé de frango com presunto, molho e queijo por cima e salada.
O irmão dela chegou e eles saíram.

E é isto por hora. São 21h agora.

A dica nisto tudo é: se for ficar bastante horas no avião tenha a almofadinha de pescoço e algo que te faça dormir.
Um lugar bom é longe da turbina e na ponta para não ter que incomodar ninguém para se levantar.

Ah!..e talvez tenha mudado de idéia sobre o sotaque. É bem bonitinho até, mate (se pronuncia "meite" siginifica colega, companheiro).

Esqueci o cabo da câmera, então não tenho como passar as fotos para o computador por enquanto.
Também esqueci o cabo do celular, então não sei como colocar o skype nele ainda.


E terminar com uma musiquinha: