terça-feira, 14 de junho de 2011

Post 2 - acumulado


Dia 01/06/11
A Megan me ensinou uma palavra nova. Nufty ( se fala naft), que é um xingamento, quer dizer algo como retardado hahaha.
Depois ela me deu um chip de celular que ela tinha da Virgin mobile, configurou pra mim no site, e parece que vem já com AU$29!Mais tarde eu fiquei sentada nas cadeiras na frente da casa tomando um sol pra me esquentar e usando o notebook. O Dia estava bem bonito.


Depois fui até o shopping mais perto daqui, que parece um mercado. No andar de baixo ele tem um mercado normal, tipo Pão de Açúcar, e no andar de cima ele tem uma loja bem grande com várias coisas para esporte e uma outra loja que vende artigos como coisas para artesanato, tecidos, manequins, máquinas de costura, lençóis e edredons e artigos de cozinha. No andar acima tem uma academia.
No caminho para lá vi vários estudantes super bonitinhos com aqueles uniformes arrumadinhos. Mesmo com o frio, os meninos usando bermudinha e as meninas sainha, e blazer também. Bem legal. E alguns andavam de patinete.
Dei uma olhada das lojas de lá, mas acabei não comprando nada.
Neste dia a Megan já estava de mudança. Mais tarde descobri que ela é sobrinha da Monica, quando a Monica estava reclamando que ela não escuta o que falam.


Dia 2, dia da primeira aula. Na verdade não foi a aula já, esta começa na segunda feira, foi uma apresentação.
Eu acordei bem cedo, tomei banho, fiz meu café (tenho comido o tal pão com ovo e molho barbecue todo dia), a Monica me explicou o caminho, pois não ia dar para me acompanhar se não se atrasaria para o trabalho (apesar que era função dela me acompanhar, eu não me importei).
Saí um pouco atrasada, mas ainda em tempo pelo que a Monica disse que demorava. Segui até o final da rua, fiquei meio perdida, pedi informação, e lá estava a estação de trem Darling. Comprei um ticket de ida que é válido por duas horas, AU$3,80 (e pensar que eu reclamava do preço do transporte público em São Paulo). Pedi informação sobre qual trem pegar para ir para a estação Kooyong, recebi a informação e conversei um pouquinho com o moço que estava lá na cabine vendendo as passagens, ele parecia indiano ou algo assim.
Detalhe que não existem catracas. Dá pra você passar sem pagar tranquilamente, mas tem um aviso falando que uma penalidade será aplicada se fizer (se for pego fazendo) isso.
As moedas aqui são todas com a cabeça da Rainha Elizabeth e o outro lado varia com outras imagens como cangurus, ornitorrinco, homenagem a alguma coisa e tem até mesmo uma com a Catherine Middleton e o príncipe William.
Esperei meu trem chegar e fui. O trem parece um pouco com os novos metrôs de São Paulo, mas este primeiro que peguei não tinha avisos indicando as estações que passava.

Desci na Kooyong, saí, andei um pouco, olhei para os lados para ver onde estava o tram que eu deveria pegar, achando que isto seria um metrô, não vi nada e pedi informação novamente. Uma moça me mostrou onde eu deveria ir, tipo um ponto de ônibus. Passei por ele ainda esperando encontrar a entrada do “metrô”, pedi mais informação, mas era lá mesmo.
Tinha mais dois meninos no ponto, pedi informação a eles de como chegar na estação que queria, eles disseram que era só pegar o tram.

No final das contas, este tram era um bondinho que tem seus trilhos nas ruas. Os meninos também subiram. Perguntei como eu saberia qual era meu ponto e como pagar o bondinho, eles disseram que já estava perto e que estava tarde pra pagar, para eu não me preocupar com isto. Os meninos desceram comigo e me levaram até a entrada para o meu prédio no campus da universidade. Conversamos um pouquinho, eles já haviam estudado lá.
Todo mundo por aqui é sempre muito educado e parece que ficam felizes em ajudar.
Entrei no prédio, a moça falou que eu estava atrasada e que sabia que era complicado achar o caminho, escrevi meu nome num papel e uma brasileira que trabalha lá foi me receber. Ela logo falou “isso aqui não é o Brasil não, você não pode se atrasar” num tom de brincadeira. Era a primeira vez que ouvia português sem ser pelo computador durante dias. Ela me levou para uma sala a qual os alunos estavam se preparando para fazer o teste de inglês para saber seus respectivos níveis.
Eu cheguei lá e logo fui começar o teste. Pulei a primeira pergunta sem querer e não havia como voltar atrás, mas sem problemas. Primeira parte era ouvir e clicar em uma figura, as outras eram completar lacunas com as opções e a ultima era escrever um texto.
Depois disso teve um chá no longe e em seguida um tour pelo campus. O lugar é do tamanho perfeito, grande, mas dá para andar por tudo sem ficar cansado. A biblioteca é enorme, com vários andares, e tem muitos computadores para os alunos. Um prédio com a ala hospitalar, lugares para comer e outras coisas.
Depois tivemos uma sessão de informações, nos apresentaram duas associações estudantis de lá, sendo que uma que é comandada somente pelos alunos tem que ser paga para participar.
Depois serviram o almoço. Fomos para o longe e tinha umas 15 caixas de Pizza Hut. Eu comi 3 pedaços de calabresa mesmo.

Lá tem pessoas de todas nacionalidades. Indonésia, Masália, Iraque, África, China, Turquia, Espanha, Colombia. E a escola e a cidade são bem receptivas.
No grupo de alunos internacionais para o curso de inglês, 95% tem olho puxado.
Depois do almoço eu fui pra casa. No caminho para a estação uma mulher parou para falar comigo sobre uma igreja. Ela me deu um folheto e ficou conversando comigo por um tempo. Falou coisas que a bíblia é o único caminho que devemos seguir e que antes ela tinha rancor no coração, mas depois de ir nesta igreja ela tinha aceitado Jesus. No folheto tem escrito coisas como “Onde você vai passar o resto da eternidade? Tem um céu, tem um inferno, você escolhe.”. A moça falou que quem sabe até tenha filial no Brasil desta The Potter’s House Christian Fellowship Church. Ela era simpática até, era da Tasmania, estava em Melbourne há nove meses.

Segui meu caminho e pedi informação novamente na estação e peguei o trem. Na volta descobri que não preciso pegar o tram, posso ir só de trem e trocar de plataformas em certo ponto. O caminho para casa estava lindo e ensolarado. O trem passa por um rio por aqui, super bonito.
Chegando em casa fui arrumar meu quarto e coloquei minha roupa na máquina de lavar roupa também.
Tinha um jardineiro aqui. Eu pensei que ele fosse cuidar do jardim, mas só aparou a grama. Ele tinha um cachorro fofinho com heterocromia.
Mais tarde a Monica chegou e fez um risoto de micro-ondas para nós. Ela ia ter um encontro, mas o cara cancelou pela terceira vez.
Um pouco depois ela me ensinou uma tradição australiana: como comer TimTam.
TimTam é um biscoito com chocolate no meio e coberto por chocolate. Ela fez um leite quente com tody e me mostrou. Você morde as duas pontas opostas do biscoito e mergulha ele no leite como um canudo e suga. O leite vai passar pelo biscoito e deixar ele macio e derrentendo. Você tem que comer rápido se não ele quebra e cai dentro do leite. É muito gostoso e legal comer isto.
Já preciso fazer uma lista de coisas pra levar pro Brasil. TimTam e molho barbecue por enquanto.
E eu fui para cama cedo, sem internet. Estou com um grande problema de internet aqui, pois a que eu comprei tem um limite de dados, e acho que quando eu uso a câmera, usa muitos dados. Acontece que eu gastei toda minha internet em poucos dias e estou sem comunicação agora. E só posso usar os computadores na faculdade quando tiver uma carteirinha que deve sair semana que vem.

Não vou comprar outra recarga de internet agora, pois é cara e quero já arrumar de uma vez isto e pegar uma internet ilimitada já que uso tanto.



Dia 3 (sexta-feira) já haviamos recebido o cronograma para o dia. Acordei na mesma hora que o dia anterior, desta vez peguei o trem direto e consegui chegar exatamente na hora na faculdade. Demorei uns 50minutos. Perdi dois trens, um porque precisava comprar a passagem e outro porque não sabia qual plataforma era.
Desta vez comprei um ticket que é ida e volta, paguei AU$7.
Chegando na Swinburne teve uma palestra com algumas pessoas para nos explicar mais sobre a instituição, os serviços e mostrar todas pessoas que podemos falar caso precisemos de ajuda.
Deram mil coisas pra ler, com vários sites pra acessar e tudo mais. Eles cercam bem de todos os lados para nos sentirmos bem amparados. Tem até psicólogo de graça se quiser.
Depois ficamos no refeitório dos estudantes aguardado a lista das salas e o horário da excursão do dia.
Minha sala de escrita, que é a matéria principal, tem 3 pessoas. Eu, a indonesiana (não sei se é assim que se diz) Anita Natalia e mais uma pessoa que não sabemos quem é.
Ficamos esperando pela excursão um tempão e nada. Fomos perguntar na recepção e descobrimos que parte do grupo já havia saído deixando nós para trás.
E os oito alunos com seu inglês precário partiram ao encontro do resto do grupo no centro de Melbourne. Pegamos o trem e conseguimos encontrar com eles no Skydeck.
Skydeck é um prédio de 88 andares todo de vidro no centro de Melbourne. Leva 35 segundo para subir e dá uma tonturinha e não consegui engolir saliva por uns segundos.
Lá de cima dá pra ver a cidade toda.
Tinha uma de vidro para tirar foto do lado de fora do prédio, mas eu não quis. Era AU$12.
Na saída do prédio eu não resisti e comprei um canguru boxeador de pelúcia.
Depois seguimos para a NGV (National Gallery). Amei lá, estava tendo uma exposição chamada ManStyle. Poderia ser mais perfeito?
A Monica já havia comentado comigo sobre esta exposição. Que a NGV e o Skydeck eram os lugares preferidos dela e ela ia me levar lá.
Gostei tanto da exposição que nem tive tempo de ver o resto do museu. Tinha looks Walter Van Beirendonck, Bernhard Willhelm, Jean Paul Gaultier, Vivienne Westwood, Leigh BOWERY, Seditionaries (marca da Vivienne Westwood e do Malcolm McLaren de 1976-79) e outras marcas australianas.


Certamente vou voltar muito na NGV. Dia 18 começa uma exposição com artistas de Viena que eu adoro, como Gustav Klimt e Egon Schiele.



Depois que saímos do museu tiramos uma foto do grupo (faltou algumas pessoas apressadas) e fomos para a estação de trem. Eu peguei um jornal que estavam dando. Bem legal o jornal. Não que eu costumasse ver os jornais no Brasil, mas duvido muito que na sessão de moda teria os desfiles do Royal College of Art como aqui. Achei engraçado também que a Blue Man que desfilou no Fashion Rio esses dias saiu na capa da sessão com a Lea T na foto. Essa Lea T é só pra dar o que falar mesmo, ô modelo feio/feia (pra quem não sabe, ela é uma modelo transgenera).
Ah, por falar em moda, as pessoas aqui se vestem muito bem em geral! Vi muitos australianos calçando Vans e Havaianas, e eles também usam calças ajustadas.
O trem que eu peguei estava pulando a minha estação. Desci em uma e pedi informação para um cara, ele era bem simpático também como todo mundo aqui e me levou até minha plataforma.
Cheguei em casa, tomei um banho quente e fiz minha janta, um macarrão com almondegas de micro-ondas. Hoje a Monica passaria a noite fora trabalhando cuidando de velhinhos. Ela disse que ela é paga para dormir, que este é o tipo de trabalho que ela gosta hahaha.
Estou pensando seriamente em comprar umas roupas de frio, porque as minhas não parecem o bastante. Vi uma camiseta na loja de esportes que é especial para aquecer, acho que vou comprar ela. A Monica falou também que eu vou precisar de botas.


Sábado, dia 4, fui no mercado comprar presunto e as roupas quentes. A loja de esportes chama-se Anaconda e estava com 30%off para clientes cadastrados. Cadastrei-me e comprei duas camisetas de manga comprida e uma calça, todos tal thermal wear de tecido 100%polypropylene, o tecido mais leve dentre todas as fibras têxteis, 40% mais leve que o algodão, que parece incrível pela descrição na embalagem. Gastei nas três peças e mais uma touca AU$66
Em casa fiz algo para comer e me ajeitei no sofá da sala. A primeira vez que sentava na sala para assistir tv, com um edredom e toda confortável. Bem quando a Monica chega e fala que vai receber um amigo em casa e pergunta se eu não gostaria de sair um pouco. Eu falei que tudo bem, apesar de não estava nada a fim de sair de casa.

Quatro da tarde, me arrumei, ela me mostrou no mapa aonde ir e saí de casa um pouco brava. Peguei o tram em direção ao centro de Melbourne. Chegando lá, andei por uma rua bem agitada, até me lembrou um pouco Mannhatan. Tirei uma foto de uma Igreja bonita, andei por alguns lugares legais, comprei um globo de neve numa loja de suvenires.

Fiquei com vontade de comprar uns bumerangues também, mas eram um pouco caros pra quem tem o dinheiro convertido de reais ainda, eram por volta de AU$40, dependia do tamanho.
Tinha passado por um grupo que estava dançando break na rua e quando já não sabia mais por onde andar e aonde ir voltei para perto deste grupo e sentei por lá.

Grande parte das pessoas aqui são asiáticas. Diria que 50% tem cara de australianos, 45% asiáticos e 5%do oriente médio.
Onde estava sentada vendo o grupo de break, a maioria era asiático. Puxaram assunto comigo. Nada como estar calçando um bom par de tênis. Devia ser por volta de 8 da noite. Fiquei conversando com o pessoal lá, eles tinham uma faixa etária de 17 a 24 anos, tinha um de Bali, dois japoneses, uma das meninas acho que também era japonesa, pois ela disse que dá aula de japonês para o colegial, um italiano, um australiano de pais chineses e o resto eu não sei.
Depois fomos todos jantar num restaurante de comida japonesa. Eu pedi uma Coca-Cola e um prato que era arroz e uma carne com macarrão acho. Não gostei muito, mas ok. O jantar foi uns AU$15.
Esse grupo está todo sábado no mesmo lugar dançando. Depois apareceu outro italiano que eu não fui muito com a cara dele. Ele parece meio folgado, nem conversei.
O chinês/australiano era o mais bem vestido e um dos que dançava melhor. Ele estava com um tênis Puma comum, uma calça que quase parece drapeada na parte da canela por ser um pouco larga ou comprida, mas não parece muito larga; uma camiseta com uma estampa legal, parecia Nike, mas acho que não era; e uma vasity jacket customizada bem bonita.
Uns deles fumam e, como acho que porque o cigarro aqui é muito caro, uns AU$14 o maço, eles compram o tabaco, o filtro e o papel e montam o próprio cigarro.
Terminamos o jantar umas onze da noite e alguns queriam tomar uma cerveja. Fomos até uma loja de bebidas. Fiquei com meu reconhecível suco de uvas verde japonês, uns compraram suco, outros cerveja. Apresentaram-me uma bebida que parece um pouco com refrigerante de alguma fruta vermelha, mas é alcoólico. Bebida alcoólica na rua é proibido aqui.

Outra coisa que achei engraçado era como as meninas estavam vestidas nesta rua agitada lotada de gente. É uma rua que tem alguns clubes, e elas estavam todas com vestidos super curtos de alça sendo que aqui está o maior frio.
Depois fui com os italianos pegar o tram, que iríamos à mesma direção. Felizmente o italiano que eu não fui com a cara desceu antes. O italiano legal me mostrou algumas músicas brasileiras que ele dança break, ele também sabe tocar berimbau, desceu em algum lugar da linha para pegar outro tram. O meu ponto é o fim da linha. É lindo poder andar da rua de noite e se sentir seguro.

Domingo, dia 5, passei o dia com a Monica em casa. Comemos bastante, ela mais ainda, fazia chá toda hora, adora chocolate, comeu salgadinho também. Eu preparei um croatsam com queijo, presunto e tomate no café, e pouco tempo depois ela fez um macarrão para o almoço.
Mostrei minha monografia e meus trabalho no meu site quebra-galho pra ela. Ela disse que acha que eu tenho talento para fotografia e vídeo, que eu deveria investir nisso, voltado para moda. Ela é formada em artes, me mostrou uns livros que ainda não tive tempo de ver com calma.

Assistimos dois filmes que ela alugou e depois ficamos vendo o Dancing with Stars australiano.

A programação da tv daqui é muito boa. Passa muita coisa de arte. Outro dia estava passando um documentário sobre Jean-Michel Basquiat e hoje assisti a um programa divertido contando a história da arte nas galerias australianas. Depois passou outro programa também focado em galerias, mostrou um cara que doou sua coleção de milhões e milhões, ele tinha bastante obras do Sol Lewit que eu adoro. Acho que esta galeria não fica em Melbourne, mas vou pesquisar depois pra ter certeza.


Segunda feira, dia 6. Pela primeira vez senti minhas mãos congelando ao sair de casa, preciso comprar um par de luvas em breve. A Monica fez meu lanche(almoço) para o primeiro dia de aula.

Bem quando pensava que seria uma aula meio exclusiva, com somente três alunos, descubro que na sala terão dezesseis alunos. A primeira aula é com uma professora australiana bem simpática. Na sala tem um turco tagarela, um brasileiro de Belo Horizonte, um tailandês com um tênis Adidas bem bonito, minha colega Anita Natalia e outras pessoas mais.
A aula foi meio chata e eu não consigo prestar atenção por muito tempo quando ficam falando sem pausas em outra língua. Às vezes parece só barulho, mas o inglês tem ficado cada vez mais comum em meus pensamentos. De vez em quando me vejo andando na rua ensaiando a pronuncia de frases.
Depois da aula eu fui ao NGV (Galeria Nacional de Victoria) novamente. Enquanto esperava Ser Jo, o italiano, chegar, fui até a Igreja que fica perto da Federation Square. É bem bonita, tirei algumas fotos.
O Ser Jo chegou e fomos para o NGV. Vou precisar voltar lá mais umas cinco vezes pelo menos, pois de novo não tive tempo o suficiente de ver tudo, só conheci mais algumas alas, o lugar é enorme.

Depois fomos andando para outros lugares, ele me mostrou duas bibliotecas, uma delas é enorme e super legal e bonita. Ele queria ter me mostrado mais lugares, mas não conseguia lembrar. Passamos pela Chinatown, pelo shopping, etc.


Tem tantos lugares ótimos aqui em Melbourne que mal estou aqui e já sinto que não tenho tempo de ver tudo e ficar em todos lugares como eu gostaria, como esta biblioteca.

Umas 7h eu estava já a caminho de casa. De tram, da cidade até minha casa leva uns 45minutos. Chegando lá a Monica tinha recebido uma amiga, uma antiga hospede da casa, chilena.
Deixei minha mochila no quarto, lavei as mãos e fui pra sala quentinha com o aquecedor ligado onde estavam sentadas conversando, vendo tv e tomando um vinho em quanto a comida ficava pronta.
A Monica serviu a comida na sala. Um prato com batatas de forno, couve e couve flor num molho e a carne num molho.
Estava tudo muito bom e a Soraia é bem legal. Ela ganhou uma bolsa do governo dela para estudar aqui e está morando com o marido em algum quarto alugado. Mudou-se da casa da Monica por cauda do transporte.



Terça-feira, 7 de junho. Os dias estão ficando cada vez mais frios. As roupas termais que comprei são muito boas, acho que devo comprar mais peças pois o inverno está só começando.


Acordei muito cedo, antes das seis da manhã, para me arrumar para ir para a universidade, foi difícil sair da cama quentinha hoje. A escola parece ser uma das melhores, o ensino de inglês na Swinburne é realmente muito bom, mas a aula novamente foi meio chata. A professora é asiática, de algum país que a língua principal era o inglês, acho que Malásia.

Essas aulas, mesmo que mal começaram, estão me lembrando muito do tempo de colégio que eu não era nada fã. Já estão dando muita lição de casa como redações e textos para ler por enquanto, isto porque só tive duas matérias até agora.
A aula seguinte, com a mesma professora asiática foi melhor, um pouco mais dinâmica.
A caminho de casa estava meio distraída e acabei pegando o trem errado, depois peguei o certo e passei do meu ponto. Já aconteceu isso algumas vezes em São Paulo também.
Hoje acho que foi um dos dias mais frios até agora, uns 8ºC, até teve um pouco de chuva. Cheguei em casa só pensando num banho e em uma xicara de chá quente. Mais tarde o Ser Jo perguntou se eu queria comer pizza, que eles estavam fazendo, então fui até a casa dele. Muito boa a pizza, ele tentou me ensinar a fazer também, mas não deu muito certo.
Ele reclama bastante das coisas australianas, principalmente da comida. A comida aqui de fato é meio artificial, parece que tudo meio de fábrica. Não sei bem, preciso comer em mais lugares por aqui, só sei que ainda não comi nada parecido com uma refeição brasileira.
Depois fui pra casa, me perdi um pouquinho nos trams, mas foi tudo ok.



Dia 8, quarta
As aulas estão ficando melhores. Tem essa menina na minha sala que é bem legal e engraçada, ela é da Arábia Saudita, tem dezoito anos e mora com o marido aqui agora que está estudando. As pessoas do oriente médio que eu conheci estão estudando aqui por bolsa do governo deles.
O Ser Jo foi na minha homestay pra conhecer, pois ele está procurando outro lugar para morar e a Monica está com dois quartos vazios para alugar agora. Era já hora de jantar, lá por umas seis da tarde e eu estava com fome, então o Ser Jo, todo italiano, fez uma macarronada para nós três.

Acho que ele gostou bastante do lugar, porque parece mesmo um lar, diferente de onde ele está morando agora que é tudo meio jogado, mas a Monica e eu preferimos alugar os quartos para alguma menina, ou talvez nem alugar.


Dia 9, quinta
Ouvi que o tempo não vai ficar mais frio do que está.
Depois da aula fui ao cinema assistir Hungover2 com a Olga, uma colombiana da minha sala. O filme é muito divertido.
(teto do shopping)


Saí do shopping e fui pra biblioteca que fica em frente, a grande e bonita. Lá pude entrar na internet e falar com minha família.

Cheguei já cansada em casa. Precisava lavar a roupa suja que já está acumulando e já já fico sem o que vestir, mas não tive disposição.



Sexta, 10



(estação de trem no centro da cidade)


Cada vez me sinto mais parte da cidade, mais moradora daqui.
Já quase não preciso pedir informação sobre ruas, trens e trams para australianos bonitinhos.
As aulas também estão boas, já estou me acostumando a esse intensivo de inglês.

Meu cartão da universidade fica pronto na semana que vem somente, pois eles erraram em não pedir para completar um papel para processar os dados. Aí então poderei usar a internet na universidade.

Hoje aconteceu de ter um fiscal numa estação que eu passo para ir para a escola, ele pediu meu bilhete para ver. Fiquei sabendo que se você é pego sem um bilhete, tem que pagar uma multa de 175dólares na hora. Eles vão com você até um caixa eletrônico ou seja como for.



Sábado, 11.


O dia estava bem bonito. Eu e Monica fomos até St. Kilda Beach procurar um lugar para comer.
Acabamos indo num restaurante no “calçadão” por lá. Comi canguru, peixe e fritas.Quando eu disse que tinha dó do animal, o canguru, a Monica disse que tem demais por aqui. Foi o bastante para me convencer a comer. A carne de canguru tem o mesmo sabor que de vaca. Acho que a diferença mesmo é sempre o tempero. Eu não saberia diferenciar carne de canguru ou de vaca.

Fomos a um lugar latino que tocava música brasileira e servia churros para tomar um chocolate quente. Eu tenho que começar me policiar mais com isso de chocolate, pois a Monica é viciada e logo eu vou ficar cheia de espinhas se continuar comendo sempre que ela oferece.

Ela me deixou na cidade para eu me encontrar com o pessoal, os dançarinos de break. A cidade estava bem quieta por causa do feriado de segunda e eles pararam de dançar cedo.
Desta vez tinha um velhinho, Vitor, de uns 70 anos que dançava também.

Fomos até um clube que estava tendo uma festa de um cara que era amigo do Tofu, o australiano chinês.
Entrando no lugar era como um bar. No andar de cima estava tendo uma festa particular a fantasia e no andar de baixo estava tendo esta tal festa a qual fomos. A música era house, mas não o house que eu conheço do Brasil. Era uma batida eletrônica com misturas de jazz, letra, reage e outras coisas.
O pessoal, hora fazia uma roda em que cada vez um ia para o meio e exibia seus passos de dança. Hora faziam um corredor que você ia dançando até a ponta.
O som e a dança eram bem legais, e não difíceis, mas eu não sabia dançar como eles.

Fui embora cedo, a tempo de pegar o tram.

O Tofu me deu um CD que o Dj deu pra ele. Não sei se o som é house.



Domingo, 12. Acordei, café da manhã e em seguida fui encontrar-me com a Monica e uma amiga dela num bairro muito legal. Me lembrou um pouco a vila Madalena. Tem galerias de arte, feirinhas tipo Benedito Calixto e muitas lojas de roupa e brechós.





O engracado era a Monica comprando roupa pelo caminho so' para ir se vestindo por causa do frio.
Mais tarde fomos ao cinema. Assisti Super 8, bem legal.


Segunda-feira, 13.
Aniversário da Rainha, feriado nacional, dia de ir pra St. Kilda Beach com o pessoal da universidade.

Parque de diversões, jogos com ursinhos como prêmios, areia, pinguins escondidos nas pedras, chocolate quente.











A Manar arrumou a echarpe que eu comprei em mim do mesmo jeito que ela usa. Achei bem legal, vou usar assim mais vezes.


Fui pra cidade para usar a biblioteca, mas estava fechada por conta do feriado. Jantei num restaurante de comida chinesa. Sinto falta da comida brasileira.

14, terça-feira


Quanto mais tempo passa e mais eu falo com minha família, mais saudades eu tenho. Saudade é uma coisa difícil mesmo, acho que é o único problema. Tirando isso...

Tem quem fale que eu sou corajosa de viajar para outro país e etc, mas na verdade eu não acho isso grande coisa. Corajosa seria se eu não fosse atrás do que eu quero pra minha vida. Se eu não fizesse nada para mudar algo que eu não gosto, não estou satisfeita.
São Paulo já não estava dando mais para mim, o trânsito e violência excessivos.

Aqui é simplesmente o lugar que eu tinha na minha mente de como eu gostaria de viver.
É calmo, bonito, seguro. Tenho que repetir o bonito, porque aqui é lindo demais mesmo. As pessoas são simpáticas, tem arte e cultura em cada esquina. Acho que é simplesmente o lugar perfeito mesmo.
Tenho receio de quanto tiver que voltar para minha cidade, eu não goste mais de lá. Eu adoro São Paulo, mas não tem como comparar com esta cidade e estilo de vida. SP parece uma GothanCity ao meu ver, e aqui parece o mundo de tinta do filme Amor Além da Vida.


3 comentários:

  1. Ae nah! Parece um lugar lindo msm! E como parece q tem tanto imigrante o pessoal é bem mais aberto neh! Tá fodástica essas fotos!

    E pergunta pra um australiano se "a dingo ate your baby" (seinfield - nod, nod, wink!)
    lol
    bjo!!

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  2. Vê se não chega atrasada na próxima aula e manda meu canguru...rsrsrsrsr
    Vou mandar uma foto minha por e-mail ai você recorta e anda com ela na carteira, pois caso haja algum problema você mostra a foto e fala que é minha prima... rsrsrsrsrsrs

    bj

    saudades, se cuida viu... rsrsrsrsrs

    Alê (primo)

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